Carla Gil
28/35 anos
1,61m
Olhos castanhos
Fluente em inglês, sotaque de Lisboa e Ribatejo
Locução (formação em locução pela Voz Off), Canto, Carta de condução, Desenho, Escrita.
Agenciada pela Papaya Management. Contacto Joana Pote – joanapote@papayamgmt.pt
carlagilbarreiros@gmail.com // @carlagil_b
1 – São vários os atores, encenadores e realizadores que admiro, por diversos motivos, pelo que é um pouco ingrato responder a esta questão, sabendo que muitos não caberão nesta resposta, ou não chegarão à mente neste momento. Mas talvez os que mais se destacam sejam, em atores portugueses, a Sandra Faleiro e Beatriz Batarda, assim como o Albano Jerónimo. Internacionais: Meryl Streep, Daniel Day Lewis, Joaquin Phoenix, Emma Stone. Reconheço agora que um padrão que encontro em todos eles é a capacidade de transformação, mas mais longe que isso, de absoluta verdade nessa transformação, que quase parece acontecer sem esforço nem trabalho (o que sei estar muito longe da verdade). Mas uma transformação que parece vir de dentro. Outros trabalhos muito particulares que destaco e que vi recentemente são o da Fernanda Torres em Ainda Estou Aqui, e de Colman Domingo em Sing Sing, ambos com performances de uma contenção inacreditável, que na sua subtileza carregavam uma intensidade de mundos, e que transbordavam para lá do ecrã – e que me deixaram em total admiração. Quanto a encenadores, impossível não mencionar o trabalho do Tiago Rodrigues, que tem sempre, sem exceção, um impacto avassalador em mim, seja pelas questões tão pertinentes que levanta (e a forma inteligente como não dá respostas moralistas), seja pelas imagens criadas, seja pelas soluções inesperadas de encenação, ou pelo trabalho com os atores. Sempre que assisto a uma peça do Tiago Rodrigues, sinto que estou a assistir a história do teatro ao vivo. Também sou particular fã do trabalho desenvolvido pelo Miguel Seabra no Teatro Meridional, um trabalho que parece totalmente independente e alheio a tendências, e por isso sempre original, aliando à carga poética habitual e à exploração do trabalho físico de ator que também admiro muito.
2 – O trabalho de ator é um trabalho de empatia e de procura de perspectivas. De fazer nossas as palavras de outros, os contextos de outros. De total imersão. De fazer ressoar vidas, ações, histórias e pensamentos. E de fazê-lo com a maior honestidade e justeza possíveis, deixando de lado a agenda do ator e servindo sempre a personagem e a obra. Resumindo numa frase curta: a procura da verdade do outro em mim.
3 – Para mim, o trabalho em frente à câmara foi uma nova descoberta, que se tornou também um novo amor. O teatro é o amor de sempre. A relação que partilhamos já começa a tornar-se madura, e sei que nunca me falhará. Gosto da ideia de ambos coexistirem de forma permanente na minha vida, podendo criar personagens que tenho em mim que só possam existir num dos meios, e que querem ver a luz do dia.
4 – Um dos principais lemas que levo da escola é a importância do trabalho, o prazer no trabalho, e o desenvolvimento da técnica. E no seu sentido oposto (porque a vida é feita de contradições para chegar a um equilíbrio), também a importância de manter tudo muito vivo e não automatizado, de arriscar e por vezes ser necessário fazer reset às regras e brincar à beira do precipício. Para lá do trabalho individual, levo também uma ideia muito vincada do trabalho de grupo, da escuta e partilha, e da confiança que é necessária desenvolver com quem nos rodeia para nos podermos “despir”, como tantas vezes fazemos no trabalho de ator. Porque no teatro ninguém faz nada sozinho, e porque no teatro ninguém larga a mão de ninguém.