Catarina Guerra
25/35 anos
1,72m
50/54kg
Olhos castanhos
Fluente em inglês e espanhol, sotaque british/cockney e brasileiro (carioca).
Yoga, skate, carta de motorizada, cozinha, canto (iniciado)
À procura de agente
catarinarebeloguerra@gmail.com // @catarinarebeloguerra
1 – Escolher 2 ou 3 actores ou criadores cujo trabalho admiro é sempre ingrato. Estou a gostar muito de descobrir o trabalho de Laurie Anderson, marcou-me o documentário Heart of a Dog, sobre a relação entre amor e morte e a resposta que damos ao luto, foi marcante a perspectiva sobre essa escolha: ou nos tornamos no luto ou criamos com ele. Revisito sempre que posso Andrew Scott em Vanya de Sam Yates, adaptada de Tio Vânia de Tchekhov, por Simon Stephens, onde vejo um actor simplesmente a brincar, a viajar por emoções profundas e diversas e personagens completamente diferentes umas das outras, com uma agilidade que me fez lembrar a de uma criança, enquanto salta de boneco em boneco. O trabalho de Tiago Rodrigues merecerá sempre da minha parte uma menção pela forma como expõe, tão simplesmente, a complexidade da natureza humana. Wim Wenders é um dos meus realizadores de eleição pela forma como nos leva a estados quase meditativos nos seus filmes e pela extrema sensibilidade poética que traz para as histórias que conta.
2 – Representar é uma tentativa, sempre incompleta, de captar o comportamento humano e a forma como ecoa no corpo, através de impulsos que, não sendo da realidade do actor, se tornam reais naquele momento. No fundo, esta frase toda para dizer que representar é brincar ao faz de conta com muita seriedade.
3 – Sinto-me, até agora, mais feliz no palco. Espero nunca me sentir confortável em nenhum dos dois. A câmara que deixa ver e vê tudo foi uma descoberta feliz e dolorosa.
4 – Levo da escola uma revolução. Levo descobertas. Levo a crença restabelecida no processo que aceita o defeito, a imperfeição, a falha como parte do trabalho e até que os incorpora. A redescoberta de brincar como uma criança, que nunca pensa que está a brincar, simplesmente brinca e está ali, sem condicionamentos. Foram ensinamentos ou, dizendo melhor, descondicionamentos que a escola me foi permitindo fazer. Aconteceram no confronto comigo, na observação dos meus incríveis e talentosos colegas e amigos e na interação justa e inestimável com os professores. Levo também isso, a profunda humanidade dos professores. Cada professor foi marcante a cada momento, mas gostava de destacar alguns. Destaco o cuidado da Joana Brandão a ajudar-nos a “dissecar a rã”; a segurança que a Sara de Castro nos transmite em celebrar-nos sem condicionamentos; a verdade que a Beatriz Batarda destapa, sem medos, e que nos renova a coragem; a importância do rigor no jogo que o Nuno Nunes nos transmite; a brincadeira com a criança interior que renasce com a Sofia de Portugal; a viagem ao âmago da experiência humana, que descobrimos com a Elsa Valentim e Anton Tchekhov; a precisão e justeza do trabalho com a Petronille de Saint-Rapt; a descoberta do universo pessoal como objecto de trabalho artístico com a Joana Craveiro por um lado e com o Miguel Fragata por outro; o encorajamento e desafio constante de professores de corpo como a Elena Castilla e o Tiago. E claro, levo as pessoas que conheci, os meus amigos de turma, com quem aprendi e aprendo tanto todos os dias e que levarei daqui para a vida.